Portaria .º 1.127, de 02 de outubro de 2003
(DOU de 03/10/2003)
“Estabelece procedimentos para a elaboração de normas regulamentadoras relacionadas à saúde e segurança e condições gerais de trabalho”.
A MINISTRA DO TRABALHO E EMPREGO, interina, no uso da atribuição que lhe confere o inciso I do parágrafo único, do Art. 87, da Constituição Federal, resolve:
Art. 1º A metodologia de regulamentação na área de segurança e saúde no trabalho e em questões relacionadas às condições gerais de trabalho, competência da Secretaria de Inspeção do Trabalho, terá como princípio básico a adoção do sistema Tripartite Paritário – Governo, Trabalhadores e Empregadores – e será estabelecida observando-se as seguintes etapas:
I. definição de temas a serem discutidos;
II. elaboração de texto técnico básico;
III. publicação de texto técnico básico no Diário Oficial da União – DOU;
IV. instalação do Grupo de Trabalho Tripartite – GTT;
V. aprovação e publicação da norma no Diário Oficial da União – DOU.
Art. 2º Cabe à Secretaria de Inspeção do Trabalho coordenar a Comissão Tripartite Paritária Permanente – CTPP, para a definição de temas e propostas que tenham como objetivo a revisão ou elaboração de regulamentação na área de segurança e saúde no trabalho e normas gerais relacionadas às condições de trabalho.
§ 1º A definição de temas a serem normalizados e a identificação de normas a serem revisadas deverá considerar pesquisas de natureza científica e sugestões da sociedade.
§ 2º O GTT poderá indicar técnicos de universidades ou de instituições de pesquisa para assessorar os trabalhos quando necessário.
Art. 3º A elaboração e revisão de norma serão precedidas pela elaboração de minuta de texto básico que será produzido por Grupo Técnico – GT e apresentado e discutido no âmbito do Grupo de Trabalho Tripartite – GTT, ouvidas as representações de empregadores e trabalhadores.
§ 1º O texto técnico básico, na área de saúde e segurança, será elaborado por Grupo Técnico – GT composto de Auditores-Fiscais do Trabalho – especialidade Saúde e Segurança no Trabalho e integrado por profissionais pertencentes à Fundação Jorge Duprat de Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO, bem como por entidades de direito público e de direito privado, ligadas à área objeto de regulamentação pretendida.
§ 2º O texto técnico básico que verse sobre normas não relacionadas diretamente a saúde e segurança será elaborado por GT composto de Auditores-Fiscais do Trabalho – especialidade Legislação do Trabalho, podendo ser convidados especialistas de outros órgãos ou entidades.
§ 3º O GT será constituído por cinco membros, designados pelo Secretário de Inspeção do Trabalho e coordenado por representante do Ministério do Trabalho e Emprego.
§ 4º O GT terá 60 (sessenta) dias para a elaboração de texto técnico básico.
§ 5º Nos casos em que a norma, objeto de elaboração ou revisão, possuir conteúdos relacionados à saúde e segurança e aspectos gerais da legislação do trabalho, o GT possuirá representação proporcional de profissionais da área de saúde e segurança e legislação do trabalho.
Art. 4º O texto técnico básico será publicado no Diário Oficial da União – DOU, para conhecimento, análise e sugestões da sociedade.
§ 1º O prazo para recebimento de sugestões será de 60 (sessenta) dias, contados da publicação.
§ 2º A SIT somente receberá as sugestões que forem enviadas por escrito, devendo mantêlas arquivadas por um período de 5 (cinco) anos.
Art. 5º Esgotado o prazo previsto no § 1º do Art. 4º, a SIT instituirá o Grupo de Trabalho Tripartite – GTT, que terá a incumbência de analisar as sugestões recebidas e elaborar proposta de regulamentação do tema.
Art. 6º O GTT será composto por 5 (cinco) membros titulares, indicados pelas representações do governo, trabalhadores e empregadores e designados pelo Secretário de Inspeção do
Trabalho.
§ 1º O coordenador do GTT será indicado pelo Secretário de Inspeção do Trabalho, entre os seus membros.
§ 2º Os membros do GTT poderão ser assessorados por técnicos indicados pelos membros do GTT e em número a ser definido pelo GTT.
§ 3º O GTT poderá recomendar à SIT a realização de audiências publicas, seminários, debates, conferências, ou outros eventos, quando necessário, como forma de promover a ampla
participação da sociedade no processo de elaboração ou revisão da norma.
Art. 7º O GTT terá o prazo de 120 (cento e vinte dias), prorrogáveis por 60 (sessenta) dias, ouvida a CTPP, para concluir as negociações e apresentar a proposta de regulamentação à CTPP.
Parágrafo único. As deliberações da CTPP serão tomadas perseguindo sempre a construção do consenso entre seus membros, cabendo à SIT decidir sobre a questão que permanecer
controversa.
Art. 8º A SIT terá o prazo de 60 (sessenta) dias para se manifestar conclusivamente sobre a proposta.
Art. 9º Para acompanhar a implantação da nova regulamentação o GTT poderá ser convertido em Comissão Nacional Tripartite Temática – CNTT pelo tempo que for necessário a critério da SIT e ouvida a CTPP. (Alterado pela Portaria MTE n.º 1.473, de 29/06/2010)
Art. 9A A SIT poderá, quando necessário, ouvida a CTPP, constituir Grupo de Estudo Tripartite – GET, nas seguintes hipóteses:
I.previamente à composição do GT, com finalidade de aprofundar os estudos sobre um tema a ser normatizado;
II.previamente à consulta pública, com o objetivo de harmonizar o texto técnico básico, por um período máximo de noventa dias. (Inserido pela Portaria MTE n.º 1.473, de 29/06/2010)
§ 1º O GET será constituído de forma paritária, por três a cinco membros, representantes do governo, indicados pela SIT/DSST, de trabalhadores e empregadores, indicados pelas entidades que compõem a CTPP. (Inserido pela Portaria MTE n.º 1.473, de 29/06/2010)
§ 2ª O GET será coordenado por representante indicado pela SIT/DSST e poderá ser assessorado por técnicos de universidades ou de instituições de pesquisa, quando necessário. (Inserido pela Portaria MTE n.º 1.473, de 29/06/2010)
Art. 10 A SIT, por intermédio do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho, enviará ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) e a outros órgãos e instituições competentes, cópia da regulamentação, para codificação e atualização de seu banco de dados.
Art. 11 As dúvidas e os casos omissos serão dirimidos pela SIT.
Art. 12 A participação na Comissão Tripartite Paritária Permanente – CTPP, em Grupo Técnico – GT ou em Grupo de Trabalho Tripartite – GTT, não dará ensejo à percepção de remuneração pelos seus integrantes.
Art. 13 Revoga-se a Portaria n.º 393, de 09 de abril de 1996.
Art. 14 Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
EVA MARIA CELLA DAL CHIAVON